Tainted love

Sim, seu dia chegou - você vai ganhar uma postagem aqui com o intuito que eu eternize o lado gostoso que foi tudo isso. Geralmente eu posto quando amo muito e o padrão é que um tempo depois tenha uma postagem sobre break up - e se for tudo isso na mesma postagem, evidenciando todos os altos e baixos? 

E eu vou fazer isso colocando músicas. Minhas músicas, nossas músicas, músicas que embalaram esses momentos, músicas que descrevem um pedacinho do que eu sinto. Elas estarão clicáveis, mas eu quero muito começar com essa do Silent Runners - Roadkill, e se você ver o clipe vai entender: 

 

 "My time with you an endless grind
Our hearts were beating misaligned
For never have I been divine"


Essa é a tentativa mais desesperada de colocar pra fora o que o coração e mente estão cheios. é um pesar gigante, uma falta de algo que eu não posso mudar mais e agora só me resta a misericórdia divina e um entendimento superior do porque as coisas acontecem assim. Foi minha culpa? Devo me convencer de que "era para ser"? Esse caminho vai me levar para um melhor futuramente, mesmo afastada das partes envolvidas?
E porque isso agora? Será que é de agora mesmo ou eu soterrei isso pra tentar esquecer e evitar outras catástrofes?
...Será que seria realmente uma catástrofe, caso acontecesse? E porque essa realização toda agora, só agora, quando eu já perdi quase tudo que poderia perder?

Eu vou citar pequenos fragmentos que ficaram entranhados de forma que não sairão jamais. 
E todos eles você vai recordar comigo, não sei se vai afetar como se fosse cutucar uma ferida, mas no nosso caso, bem - que mal faz um pouco de masoquismo, quando estamos acompanhados por alguém que embarca na mesma loucura?

E é isso, embarcamos. E eu acho que em períodos diferentes. Idades diferentes. E eu nunca achei que isso fosse um problema, mas parece que para a Marianna de anos atrás isso era muito relevante. E hoje a vontade é de voltar no tempo e me chutar várias vezes até abrir o olho que eu mantive fechado por muito mais do que eu deveria. 

                                    I can't get it right - since I met you
                                    When will loneliness be over?

Foi você que me achou na Liberdade e trouxe liberdade pra minha vida. Foi com Tear You Apart que tudo começou e quem está _tear apart_ agora sou eu, enquanto escrevo e passa na minha cabeça trocentos diálogos que poderiam ter acontecido, mas que por algum motivo, não aconteceram.


Then we felt the rounding edge of time The haze of grey we dulled in wine
Together drowned our mind's desires

 


Wine - como diz a música. me lembra o episódio de formiga no vinho enquanto tocava Map of the Problematique e de tudo que aprontávamos e puta merda, que vontade de chorar. 

(...)

Eu acho que não gostaria de estar escrevendo nada disso. Eu gostaria de estar em um nível de compreensão diferente onde tivesse me perdoado e aceitado tudo, ou ainda, que tudo tivesse tomado um outro caminho. Mas cá estamos, ou melhor, cá estou. Eu digito como se estivesse falando sozinha com minhas memórias, mas a vontade é que você estivesse lendo ou compreendendo 1% do que eu senti/sinto. Egoísmo, né? Também acho.

(...)

Eu tentei fugir da situação para evitar mais desastre, sendo que tudo já tinha desmoronado e nenhuma das partes soube lidar. Mas vamos retornar onde as coisas começaram e eu lembro nitidamente de estar confusa desde o primeiro momento, verdadeiramente atordoada por não saber rotular o que sentia ou se realmente deveria seguir aquela fluidez. 

E mesmo fugindo tinha algum jeito de acabar te encontrando. Ou era sonhando, ou era arrumando meus armários que estão cheios de cartas, porta retrato e outros presentinhos e lembranças suas. Eu lia e me desidratava de chorar. Não sabia se jogava fora pra evitar sofrimento ou se guardava a sete chaves pra nunca deixar ir embora. E adivinha qual eu escolhi?


I know you cannot feel it
It’s in the mind alone And we’re forever
darkness, both alone

 


Todos deveriam sentir essa amplitude, essa possibilidade de tocar o céu, olhar para o lado encontrando alguém que te ama - assim como o verdadeiro medo de perdê-la, de perder a oportunidade de vivenciar tudo o que mundo te oferece, podendo respirar todo o ar que paira ao redor sem se sentir sufocado.

É como voar a primeira vez, e como isso é biologicamente impossível atualmente, o exemplo do avião serve muito bem - você não sabe se ele vai cair, se é seguro, e aquela sensação engraçada na barriga perdura muito tempo até você chegar no destino (ou até voltar pra casa, que é seu ponto de conforto). 

Mas pra mim, naquele momento, tudo era *muito*. Era o misto de segurança, por estar acompanhada - a curiosidade, por estar fazendo algo que sempre quis - mas o mais presente ainda era o medo. Era uma sensação de invasão, como se tudo estivesse entrando dentro do meu corpo ao mesmo tempo e eu não sabia onde me concentrar, onde me apoiar, como me aventurar mais e se eu ia aguentar tudo aquilo. Tinha música tocando e não tinha nada pra abafar o som, porque a caixinha estava tocando direto pras estrelas, e o gosto era de alguma cerveja sour - e tenho quase certeza que alguma delas era Croma - e era muito pra assimilar. Eu achava que ia cair e bem.. hoje eu tô aqui, _caída_, mas não da forma que eu esperava. Será que era melhor os arranhões de ter ~andado de bunda~ na pedra ou a situação de agora? Jamais saberei. 

                                        Fear and panic in the air - I want to be free
                                        From desolation and despair 
                                        And I feel - that everything I sow - Is being swept away
                                        Well I refuse to let you go - I can't get it right 


E eu assustava com qualquer barulho. Seu primeiro reflexo era de rir, de me segurar ou de tentar me confortar. Meu impulso era de me xingar internamente para não estragar o rolê e bom, eu acho que nessa altura (hahaha the pun) eu já tinha estragado e logo você ia cultivar aquela ideia de que 'nada é o suficiente para Marianna'. E a pressão que eu criava inconscientemente para que não transparecesse algo ruim, sendo que aquilo tudo estava sendo especialmente mágico, era quase insuportável. E eu falhava, óbvio, e até hoje falho em tentar demonstrar algo, aparentemente. 


Quando eu encostava na pedra, parecia que minhas costas flutuavam e não tinham apoio nenhum - e aquilo deu uma tremenda taquicardia, um desespero que eu engoli pra não cortar o clima. Quando consegui relaxar, vi uma estrela cadente... Eu espero que meu pedido tenha se realizado, ou será que ainda está por vir? 
One dream all around us - this big hush infect us all 


Era como um ritual de ayahuasca ao ar livre, todas as sensações novas trazendo o lado bom e o lado ruim, e eu queria que você tivesse compartilhado dessa parte ruim também, mas só pra entender e vivenciar aquilo comigo, sem ficar triste ou bravo. Hoje eu entendo muito melhor como é ficar observando alguém sofrer sem entender ou sem poder fazer nada, mas bem, aquele era meu momento de aprendizado. É algo que eu ainda preciso superar e ainda preciso 'escalar' na vida. E minha meta será essa: subir essa pedra balão. Como ou quando - não sei, falta coragem, falta tudo no momento. Nesse instante é tudo vazio, mas é algo que eu preciso fazer antes de morrer, ou ainda morrer lá mesmo, haha.

Eu sei que muito disso ainda vai continuar confuso ou ainda vai piorar a situação, mas eu precisava tirar um pouco disso pra fora do peito. Se a Gabi visse esse texto, há, ha ha.. bom, enfim...
(...)


                                    Why can't we see? When we bleed we bleed the same, I can't get it right 



Esse clipe de Roadkill é a sensação que me liga a você e a somente você, e eu não sei se isso é saudável ou se você gosta de ser lembrado assim. No clipe, é tudo preto e branco e o cara está andando de noite a esmo - e depois dançando likes nobody is watching - e quem acompanha é só a luz do luar, estrelas e a cidade quieta. E todo lugar que eu já senti um pouquinho dessa liberdade, você estava comigo. Me mostrando a vida, me mostrando a sensação de como é ter 'freedom'. De como eu posso apreciar a arte da música, do estilo e da noite. De como eu posso ser eu mesma. E eu te devo tanto por isso! Você desenterrou a Marilith que eu tentei matar e algum dia desses ela vai morrer. De arrependimento, most likely, porque nada existe pra cultivá-la e fornecer essa liberdade que ela tanto precisa. 
É impossível ouvir essa (e outras) músicas sem me imaginar nessa Serra da Mantiqueira, no frio, seja de moto ou a pé, com medo do que o escuro pode trazer - ou medo de atropelar um tatu em pleno ano novo - enfim. Eu e quem gosto, eu e a noite, eu e a música, eu e o silêncio. Isso ninguém pode substituir e estou me questionando se isso é bom pra mim ou não - eu vivo memórias ou devo construir novas? 

Se caso construir, como posso fazer essas coisas sozinha?
Não adianta sair bradando por aí achando que eu sou auto suficiente. Não sou. E se algum dia fui, você que me ensinou muita coisa. Talvez eu esteja romantizando demais, mas não deixa de ser um agradecimento. Você me fez crescer. E eu não gostaria de 'oferecer a Marianna madura' pra quem não ajudou a plantar essas sementes de crescimento, pra quem não passou pelo amargo junto comigo. Pra quem não me acompanhou desde antes. Isso é me prender ao passado? E eu quero quebrar essa corrente, se é que existe maneira de quebrar? 


I know you can not see it
it’s in my eyes alone We’re forever
Darkness, darkness, flesh and bone


Quando a nossa história se entrelaça, é onde eu ainda tinha laços muito fortes com outrém - e o desfecho dessa história dá pra gente acompanhar aqui embaixo, no post anterior, de 2019.
E você mais do que ninguém sabe de todas as cabeçadas que eu dei quando ainda tinha sentimentos por alguém tóxico, mas que precisava de um ponto final, onde eu precisei viver aquilo até o fim e hoje estou bem em relação a isso, pronta pra amar novamente e curada da maioria dos traumas. 

Mas estou pensando... será que agora continuo presa em outro cenário, com outra pessoa? Não sinto um fim nessa história, e deveria ter - e a coragem de colocar? Meu coração diz que é errado, mas será que é puro egoísmo meu? 
(...) 



No último ano eu também estive com outra pessoa, ou melhor, continuo com essa pessoa. E a Gabi (e o próprio) tiveram que aturar muitas comparações. Algumas infantis, outras relacionadas a gostos pessoais... e a que destruiu minha vida foi a que eu mal consigo falar até hoje. 
Como teria sido se fosse? Algum dia terei? Poderei ter? Serei uma boa pessoa, boa mulher, boa líder, boa genitora? Será que teria ido embora se não fosse com ele e sim com você? Qual teria sido sua reação? 

Quando eu soube do seu sonho, eu ri, porque parecia algo impossível de acontecer - até que aconteceu - e quando aconteceu, um dos primeiros pensamentos foi esse. - Como seria se fosse com ele? - E isso eu evito de pensar, porque não foi e eu não quero segurar minha vida em função disso. Tive e continuo tendo meus motivos pra ter feito o que fiz, e foi sim sem sombra de dúvidas a melhor decisão que eu poderia ter feito, entretanto, isso rendeu o pior dia da minha vida.
E eu não podia falar pra ninguém. E eu não queria ter feito o que fiz. 
Eu não tive apoio de familiar, no máximo da minha irmã postiça, que foi um pilar fundamental pra mim - e é ilegal. Não podia ir ao médico. Não tive apoio financeiro, emocional, afinal fugi da terapia. Tive medo de julgamentos, perdi outra promoção no serviço, fora a dor  física - mas nada vai alcançar a dor psicológica. Nada descreve a sensação de parir, das contrações, de todo o sangue e de como é ter que guardar essa história comigo.



E nada descreve como eu queria ter corrido pra te contar. Pra pedir ajuda, pra chorar, não sei. 
Bom, eu fiz isso, de certa forma, e foi tudo torto. Eu queria que você soubesse o que tinha acontecido. Eu queria que me xingasse, batesse virtualmente ou que eu acordasse pra vida naquele momento. Mas poof, não aconteceu. 


But I need you now - and I need our former life 
I'm afraid to wake - I'm afraid to love
You can reach inside my head - and put your song here instead
Please
Stay with me
Please, sing, cry
Sing to me, Raven
I miss you so much


Tinha horas que tudo virava motivo de briga. Músicas em playlist, coisas do Confrontational (que nunca chegaram e o Massimo me ignora até hoje), draminhas e teve até uma época em 2015 onde a gente se estranhou num ódio profundo por causa de gente idiota (Raphael). 

Tem coisas que eu ainda não gosto em você, mas isso é normal e eu não quero me aprofundar nisso. Como aquela vez que eu disse que não iria pra Itália pra não deixar as gatas longe de mim e você achou isso um absurdo e que eu precisaria de uma desculpa melhor para não viajar, nossa, como eu emputeci. Tem coisa que vai me irritar, que vai me deixar triste, mas é isso que te torna único, right? Libriano mais desequilibrado ahahah 

Teve você fugindo pra Curitiba. Teve você ME LEVANDO Pra Curitiba (minha linha de raciocínio não está seguindo nenhuma linha cronológica nesse momento). Teve eu indo pra Itália, teve você indo pra Boi nos Ares. Teve muita cerveja em SlowBrew, muito rolê de foto, muito piercing colocado (eles caíram, sabia?), muita tartarugagem, muito choro, muita raiva, muito aprendizado e muito amadurecimento. Eu fico triste por ter demorado pra amadurecer. Eu fico feliz por enxergar as coisas de forma diferente agora. Eu agradeço por todos os momentos que tive contigo.

Você que esteve lá comigo realizando o sonho da minha vida, que foi prestigiar Depeche Mode ao vivo. Mesmo perdendo guarda chuva e cerveja, naquele momento, nada podia me afetar, e eu estava lá - right there, in your arms. Words are very unnecessary... 


Eu não queria ter sido esse tropeço na sua vida. Fico feliz de ter visto você comprar uma moto batizada de Mari, se formar, conhecer gente nova, fazer viagens novas, e seguir normalmente com tudo. Eu te desejo apenas o melhor, e agora não existe mais o only the best for kitty.  Mas existe o only the best for Cluigi. 

Que seu Ganesha continue espalhando sabedoria e prosperidade na sua vida, que os gatos continuem vibrando - e seu Miho dentro do bueiro é uma das memórias mais divertidas que eu tenho o prazer de ter. Eu não sei mais registrar coisas no Untappd porque eu não bebo mais, sem você não tem graça. Eu não me arrisco em narguilé de procedência duvidosa porque eles trazem baratas. Eu nunca mais invadi uma faculdade pra assistir aula de biologia (era sobre cromossomos?) 
Eu nunca mais comi doce de cidra. Nem fiz 'cocofila' cheio de açúcar, nem hot dogs com Bonduelle. Nem dividi saques de cartão gringo por Paypal, haha. 

E eu nunca mais recebi artigos científicos traduzidos no meu email pra eu ler sem entender nada e mesmo assim me sentir inundada por uma felicidade e orgulho de ver você produzindo aquilo.

Também não acompanhei nenhuma consulta em um consultório médico bonitão... 
Não andei mais de teleférico... não dividi uma lagosta.... 
E nem assisti Friends (só assistia com você porque você ficava feliz, viu?)
E assisti alguns do estúdio Ghibli me perguntando se você já tinha visto ou não. 

O que eu fiz de novo foi ouvir o álbum todo de Infestissuman. Mas não pedi pizza e nem fiz nada daquilo. 

E como é injusto eu ter tantas lembranças legais e não pude te proporcionar nenhuma tão bacana assim que seja worth sharing. Mas me deixe ficar com elas e sonhar a respeito disso - é de lá que vem meus sorrisos mais sinceros e vívidos.  Em uma das suas cartas, você diz que eu não tenho o direito de tirar essas pequenas coisas de você também - mas hoje eu sinto que você tirou um pouco isso de mim, então  hoje faço questão de evidenciar que no final das contas, as lembranças são tudo o que temos e infelizmente ou felizmente eu me agarro muito nelas. Agarre no que te fizer feliz. Me perdoa pelas lembranças ruins. Obrigada pelas lembranças maravilhosas. Obrigada por ter feito parte da minha vida. Você é uma das pessoas mais importantes. 

Foi você que me incentivou aos estudos, me ensinou sobre política - me mostrou tanta coisa, explícita ou não, de que eu precisava mudar. E de um jeito meio tenso, acho que acabei mudando. 

Será que eu te mando esse texto ou quero fugir dessa rejeição iminente? Socorro. Eu não quero chorar de novo. Eu não sei que tipo de lembrança eu vou ter daqui pra frente. Eu não quero me ferir, mas eu abri tudo o que poderia justamente pra poder passar por isso intensamente, como tudo o que já vivemos. 
Eu não quero iludir, eu não quero prender, eu não sei o que eu quero. Eu só quero respirar, ser feliz, e é muito difícil ver uma parte da minha felicidade indo embora. Isso era tudo o que eu queria ter te dito, antes mesmo de janeiro/fevereiro de 2020. 

Eu não quero que isso pareça um texto de arrependimento, porque mesmo tendo feito escolhas erradas, foram todas elas que me levaram a esse entendimento de hoje e acho que nada é por acaso.
Tudo o que eu preciso é fazer as pazes com esses fatos, porque a maioria deles eu não aceito até hoje, mesmo a culpada sendo inteiramente eu. 
Não é aquele tradicional 'deu valor após perder', porque eu te perdi faz tempo, na verdade eu nunca tive verdadeiramente porque algo me blindou pra isso. Deus sabe lá o que, não?

Eu queria qualquer coisa. Qualquer coisa que alivie essa culpa, qualquer coisa que acalente esse sentimento aqui dentro. E eu achei que colocar isso em palavras (meio chulas, mas) fosse ajudar.

Você é ótimo e eu gostaria de ter sido a amiga ou parceira que você precisava. Gostaria de ter feito você mais feliz. Eu gostaria de ser mais feliz e menos problemática. Eu não queria ser psicologicamente instável e ter te envolvido em tudo isso. Mas uma parte de mim fica feliz de ver você bem, ou pelo menos estou desejando seu bem o tempo todo. E eu não sei o quanto essa nossa ligação interfere no futuro, seja ele qual for. (Ver Guardiões da Galáxia ainda tá de pé?)





Me desculpa. Obrigada. 

O pedido de perdão vai ficar como uma sensação de engasgo eterno, mas fica aqui minha súplica, registrada em uma postagem de um blog que ninguém lê, mas rasgando o coração em busca de melhora.




Ich entschuldige mich tief


.
.
Love,
~chloe moretz~
Kitty

(Am I to bid you farewell?)



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